terça-feira, 28 de junho de 2011

ONDE FICA ITAOCA?

"- ...mas Itaóca onde é?
Em toda parte. Em toda parte onde uma cidadezinha vegeta de cócoras ante um coronel da guarda, um vigário e uma queda de braço que não tem fim...
coitadinha de Itaóca! já foi; não é. Vive do passado, a rememora-lo, saudosa, sem esperanças de futuro. Si a estrada de ferro viesse...Si viesse o telegrafo...Si...Si..." 
Monteiro Lobato, Cidades Mortas, 1923

sexta-feira, 24 de junho de 2011

ANTONINA E LISBOA

Terminei de ler um livro muito interessante: “O ultimo dia do mundo – fúria e razão no grande terremoto de Lisboa de 1755”, de Nicholas Shrady, da Editora Objetiva. É bastante interessante e fluida a maneira como Shrady nos conta sobre o terremoto e o tsunami que abalaram a “capital mais católica da Europa” na manhã do dia de Todos os Santos, 1º de novembro. Boa parte da população morreu soterrada nas igrejas. Ameaçadas pelos incêndios que se seguiram, as pessoas se acumularam no porto e no bairro da Baixa, procurando abrigo. As pessoas que aí se achava, foram vítimas de um terrível tsunami – que neste tempo atendia pelo nome de maremoto – que devastou toda a face leste da península ibérica, com ondas tendo sido registradas na Inglaterra, nas Antilhas e nos Estados Unidos.

Neste momento desolador, o rei, D. José I, que se achava no campo, mal conseguia conter o seu próprio pânico. Quando um de seus ministros, Sebastião Jose de carvalho, chegou para comunicar ao rei do sismo, D. José perguntou, atarantado:

- O que deve ser feito para enfrentar essa imposição da Justiça Divina?

- Enterrar os mortos e alimentar os vivos, teria respondido Carvalho.

A seguir, o livro nos conta dos trabalhos que o ministro Carvalho – conhecido por nós sob o título de Marquês de Pombal – para impor a ordem, restaurar a cidade e reformar Portugal. No bojo da reforma Pombalina, entre outras coisas, foi reformada a universidade de Coimbra, expulsos os jesuítas e implantada uma grande reforma do ensino. Em cerca de trinta anos, sob o jugo despótico de Pombal, que não hesitava em prender e matar seus adversários, Portugal entrou finalmente no século XVIII e na modernidade.

Pombal trouxe da Itália, por exemplo, o professor Vandelli, o primeiro professor moderno de ciências a ensinar numa universidade de língua portuguesa. Por alguns de seus alunos se mede o mestre: José Bonifácio e o Conselheiro Câmara foram alguns de seus discípulos mais ilustres. O filho de Vandelli, Alexandre, foi o professor de ninguém mais ninguém menos que D. Pedro II; boa parte do amor que o Imperador tinha pelas ciências foi fruto de um professor dedicado e entusiasmado, o que não é pouco.

O terremoto de Lisboa também mudou o rumo do pensamento ocidental: Voltaire, com o seu “Cândido”, usou os horrores do terremoto para nos colocar sob uma perspectiva diferente. Não vivemos sob o melhor dos mundos possíveis, como havia dito Leibnitz. Deus havia deixado de ser justo e a natureza de ser beneficiente. Podemos até viver no melhor dos mundos possíveis. Mas como diz Cândido, temos que, acima de tudo, “cultivar nosso jardim”, ou seja, cuidar das coisas práticas da vida, sem dogmas a priori. Se a razão é o motor de tudo isso, como queria Voltaire, está ainda aberto à discussão...

"Lisbon Earthquake november 1st 1755", xilogravura: The Granger Collection, NY
“E Antonina, Jeffe? O que Antonina tem a ver com isso?”, perguntariam alguns anônimos da blogosfera capelista. Muito. Como Lisboa, Tóquio, Nova Friburgo, São Luis do Paraitinga e Morretes, Antonina sofreu um desastre natural de proporções imensas, que deixou a sociedade de joelhos, sem condições de reagir. Esse é o conceito de desastre natural adotado pelas Nações Unidas. Tem muita coisa já feita, e que foi bem feita, tanto pela Defesa Civil quanto pelos bombeiros, pela própria Prefeitura e pela própria população. Tem coisas mais demoradas. Em Lisboa, o Convento Dos Jerônimos, botado abaixo pelo terremoto, jamais foi reconstruído, e suas ruínas são uma atração turística importante da cidade. Tem gente em Nova Friburgo ainda morando em abrigos.

Muita coisa tem que ser ainda feita. Alem dos prejuízos materiais, a cidade tem uma oportunidade ótima pra se pensar de novo, se reinventar – estamos aproveitando esta oportunidade? Temos de conhecer nosso subsolo, temos que ter um Plano de uso e ocupação do solo em bases cientificas. Temos que ter um Plano diretor, politicamente discutido, e que funcione. Outra mudança de mais longo prazo: temos que mudar nossa maneira de morar, de construir, de cuidar do quintal, cuidar do lixo. Coisas que dependem da educação das pessoas, e isso é uma mudança de varias gerações. Mas o que é nossa cidade, senão uma construção de varias gerações? Temos só é que fazer nossa parte....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DO TEMPO EM QUE SE AMARRAVA CACHORRO COM LINGUIÇA?

A brava Tropa Vale Porto voltando de um encontro em Joinville, em 1942. os famosos "bons tempos" de Antonina, que trazem saudade até a quem nasceu depois. Eu gosto de evocar o passado, pelo que ele nos diz do presente. Mas, como tudo na vida, tem limite. Eu acho que, apesar de tudo, o melhor tempo é agora, mas enfim...tem gosto pra tudo...

terça-feira, 21 de junho de 2011

ANTONINA CRIA...


Todos sabem da genialidade antoninense. Nesta formosa baía, que foi um presente do mar, foram engendradas algumas das mais importantes invenções da humanidade. Embora a humanidade não tenha sido avisada, claro está. Dessa vez, nossas pesquisas apontam para mais um invento genial de um bagrinho também genial e que estão na base de nossa vida cotidiana. Falo do computador pessoal e da linguagem binária, criados em Antonina no final dos anos 70 por ninguém mais ninguém menos que Rellen Salu Berght.


Compositor genial, digno filho de uma terra de tantos compositores, o fino e esguio Rellen, vulgo Ratete, sempre foi acima da média. O que poucos sabem é que Rellen além de seus dotes de musico, também tinha um talento matemático e mecânico invulgares para sua época. Um talento desses que só surgem na Deitada-a-beira-do-mar, evidente.


Rellen então procurava uma máquina que fizesse o samba-enredo perfeito para o carnaval. Depois de muito queimar as pestanas, ele combinou uma televisão velha e uma maquina de escrever Olivetti e juntou as duas numa geringonça só. Para compor os sambas, rellen bolou uma linguagem próxima do batuque. O que seria uma linguagem matemático próxima do batuque?


Genial como sempre foi, Rellen associou o batuque a um padrão numérico. O um para a batida do surdo e o zero para o tempo, combinando várias seqüências com as ordens 01010101010. Essa, segundo Rellen, era a linguagem dos batuques. Esse processo demorou vários anos, até que, em 1982, Rellen chegou a perfeição. A máquina começou a suar e bufar, apitando e se agitando freneticamente. Na tela da tevê, acoplada a maquina de escrever, começou a surgir uma composição e uma melodia: “sonhei que era carnaval, festa do povo/ que bom seria...”.


Rellen correu para mostrar a todos o resultado de seu invento. Cabeça avoada que sempre foi, esqueceu a máquina ligada e a porta aberta. Por ali, nesse instante, passavam dois gringos, dois jovens nerds que foram mandados pelos pais para o Brasil para se divertirem e relaxar, pois não sabiam nada da vida. Dois babacões, que não sabiam pegar mulher, mas sabiam tudo de matemática e mecânica. William Gates e Steve Jobs eram seus nomes. Estupefatos com a máquina que estavam vendo, os dois copiaram rapidamente os manuscritos de Rellen deixados em cima da mesa. E traduziram a linguagem dos batuques por “baituques”, cujo nome depois seria simplificado para bites. E deram no pé com os manuscritos, enquanto Rellen, vestido de conde, cantava sua glória na avenida do samba.


E o resto da história todos já sabem.

(texto publicado originalmente em jan/2009)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FOTOS DA ENCHENTE

Estátuas na igreja destruida de São Luis do Paraitinga. esperando a reconstrução
Esta é uma foto que não pude publicar na versão UOL do blog, por uma aporrinhação de espaço...As imagens na igreja de São luis do Paraitinga, destruida na enchente de janeiro de 2010 e ainda esperando a reconstrução.

quarta-feira, 15 de junho de 2011


É FEIO...MAS BANCA HOTEL

Quando Interventor do Paraná, o saudoso Sr. Manoel Ribas possuía um cão, que o Paraná inteiro conhecia como "O buldogue do seu Ribas". E era um animal muito feio, a meter medo. O Sr. Ribas também era um homem de feia aparência: à expressão da verdade, em feiúra os dois aparentavam, o buldogue e ele. Por volta de 1936, o Sr. Ribas veio à Antonina em companhia de sua esposa, Dona Anita, e trouxe o tal buldogue, hospedando-se no hotel Antonina.

Na manhã seguinte passava pela calçada do hotel um pretinho conhecido por Músico, em companhia de outro garoto de sua idade, de 12 anos. Seu Ribas na porta, em pé, e seu buldogue na calçada. O negrinho, ao ver o cão, não reparou no Seu Ribas e disse ao seu colega: “Ui...que cachorro feio, Virgem Nossa Senhora! Dizem que todo o traste se parece com o dono...se o dono desse cachorro for feio como ele, é outro bicho...”. O seu colega deparando com o seu Ribas, disse: ”olha ali, é de seu Ribas!”. O interventor assistia a tudo.

O pretinho não se deu por vencido, e acrescentou: “Cachorrinho, você é feio mas banca hotel Antonina em quarto de primeira, o que muita gente bonita tem vontade e não pode fazer”.

3/Maio/51




terça-feira, 14 de junho de 2011

DILÚVIOS


Van Ruisdael, The Tempest


No livro “Memória histórica Chronologica Topographica e Descriptiva da Villa de Morretes e do Porto Real, vulgarmente Porto de Çima”, escrito em 1851, Antonio Vieira dos Santos enumera alguns fatos relativos à historia da Villa de Morretes. Por conseqüência, também de Antonina, visto que Morretes era freguesia, ou seja, distrito, da Deitada-a-beira-do-mar. Vou me deter aqui somente na descrição que Vieira dos Santos faz do “Dilúvio” ocorrido na região no ano de 1796, que ele deve ter recuperado pela descrição dos antigos. Nesse texto é descrita a ocorrência da inundação de Morretes por uma “bomba” d’água nas serras, provocando uma inundação que atingiu a cumieira das casas e destruiu plantações e gado.


Pela intensidade da água, é significativa a descrição de que as águas da baia de Antonina se tornaram doces em função da quantidade de água recebida. Nada a espantar para os que presenciaram a tragédia de 11 de março de 2011.


A baia de Antonina em 15 de marco de 2011 (foto Renato Lima)
Com vocês e texto de Vieira do Santos em sua versão original:

 "Outra extraordinaria inundação aconteceo no anno de 1796, no rio Cubatão e povoação de Morretes, ignorando-se o dia e mez em que este extraordinario sucesso teve lugar. Suppoem se o que deu motivo a hum tão repentino acontecimento fora húa Bomba, que ia bastante pejada d’agoa, e que se arrebentara contra as altas Serras, e correndo por Ella em desmezurados turbilhões em breves horas, a enchente subio sobre o nível extraordinário do mesmo rio, mais de 25 palmos, e seu álveo não podendo acommôdar tantas agoas o fez sahir fora da madre cobrindo as margens lateraes, planícies, charcos e lagoas e as ruas da povoação na da Matriz estiverão as cazas com 3 palmos d’agoa, na rua do campo, e outros logares baixos subio té a comieira, e os moradores amedrontados de pavôr dezamparão suas cazas, e forão procurar amparo da Santíssima Virgem a nossa Senhora do Porto, e o seguro asylo na sua igreja, onde se hospedarão enquanto não abaixarão as agoas; estas na sua furiosa corrente, arrebatava tudo quanto encontrava em sua passagem, mais de 150 animais de gado vacum, cavalar e cornígero, porcos, leitões e aves, foi immensa a perda; todas as sementeiras e plantações de Canna e mandioca onde ficarão as agoas ficarão destruídas e arruinadas; o Rio cheio de tranqueiras com grossas arvores, que as agoas arrancarão da terra, tudo mostrava um aspecto destruidor, e por isso He celebrada sua memória, com o nome de dilúvio e para causar mais espanto este acontecimento foi principiado em húa noite obscura e adjunta ao rumor das agoas, e aos gritos de que nesseçitava de soccorro, quem ia accudir huns, em Canoas, salvando as famílias e as fazendas, a outros ajudando-os em seus trabalhos desde a mais remota antiguidade nunca houve outra igual senão a que aconteçeo em janeiro do anterior 1846 e ambas duraram dois ou três dias a despejarem nas bahias paranaguenses suas agoas, transformando as salitrosas em agoas doces no espaço de alguas légoas té a Ilha do Teixeira."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

UM ESPECTRO RONDA SÃO JOSE DOS PINHAIS


O Quarto Estado (Pelizza da Volpedo, 1890) (aqui )
Que Gleise que nada. A notícia mais interessante que eu vi estes dias sobre o Paraná foi sobre a greve de 37 dias que os metalúrgicos de São José dos Pinhais construíram. Uma greve de metalúrgicos de mais de um mês, gerando prejuízos para a empresa em mais de 1 bilhão de reais. Segundo as informações  que recolhi (aqui), deixaram de ser produzidos 23 mil unidades durante a greve. Os grevistas ganharam, alem de aumento no salário, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de outros itens, como data base, abono salarial e plano de cargos e salários.

Entre os ganhos intangíveis, isto é, os que não podem ser medidos, estão a equiparação com os metalúrgicos paulistas. Ou seja, ganhou mais lá, ganhou em São José também. Metalúrgico paranaense também é gente. Quando as montadoras foram para a RMC, nos anos 90, uma das apostas das autoridades que acertaram a vinda das montadoras era o esvaziamento do ABC e de suas lideranças sindicais, leia-se nisso o PT e seu braço sindical, a CUT. Apostavam num operariado mais dócil, mais barato e fácil de ser enganado.

Ora, assim como os peões do ABC aprenderam nos anos 70 e 80, a polacada também está descobrindo o caminho das pedras. Previsível. Como água ladeira abaixo e fogo morro acima, operário organizado ninguém para. O movimento sindical anda meio esquecido. Parece que o PT se esqueceu do movimento operário, e a CUT está andando com o freio de mão puxado. Como é que é isso? Será que é só impressão minha?

O Paraná é um estado ainda agrário e conservador. As principais lideranças empresariais são as lideranças do agronegócio, o mesmo que sustentou as ultimas candidaturas do PSDB nas últimas eleições. O agronegócio tem cuidando de seus interesses gente de primeira linha, como Reinhold Stephanes. É gente que está por trás das alterações da lei florestal recentemente aprovada pelo congresso, por exemplo. Por este passado e por este presente, o Paraná sempre teve lideranças conservadoras e/ou autoritárias. Nosso perfil é de gente braba, mas “que faz”. É o perfil de Ney Braga, o perfil de Roberto Requião e, a nova estrela ascendente, a Gleise (será?). Lideranças carismáticas e populares, como Leonel Brizola, à esquerda, Mario Covas no centro e – porque não? – Paulo Maluf, na direita, estas nunca tivemos. O ministro Paulo Bernardo, até a semana passada nosso grande quadro em Brasília, por exemplo, não seria nem vereador em Londrina, seu domicílio eleitoral.

Precisamos de indústria, de serviços, de educação. Precisamos, mais que tudo, vencer nosso estigma de periferia de São Paulo ou do Rio Grande do Sul. Precisamos mostrar que o Paraná tem gente e não bichos. No passado, a gente se orgulhava de ser chamado de “Bicho do Paraná”, lembram? Hoje, o orgulho paranaense é o de ter uma cidade limpinha e organizada como Curitiba, ou de termos “todas as etnias da Europa” em nosso quintal. Somos arianos, por acaso? Nos anos 90, o Paraná era o estado onde o movimento separatista foi mais forte – alguém se lembra dos adesivos nos carros “O sul é meu país”? Aonde queremos chegar?

Por tudo isso, eu saúdo a greve dos operários de São José. A classe operaria chegou ao Umbará. Mesmo sabendo que o sindicato não é lá aquelas coisas, que seu presidente é no mínimo suspeito, eu saúdo meus irmãos proletários paranaenses. Nada temos a perder com isso, senão os grilhões que nos atam. E temos muito cachorro quente com vina pra comer na esquina.


domingo, 12 de junho de 2011

ANTONINA DESTINO TURISTICO

Para ser um bom juiz, recomenda-se certa distancia do objeto a ser julgado. Não se pode, por exemplo, julgar parentes, familiares ou, no pólo oposto, inimigos declarados. Para saber o que as pessoas “de fora” pensam da minha “pequena pátria”, entre o rio Sapitanduva e a ponta do Gomes, me dediquei a ler o Caderno de Turismo da Folha de São Paulo publicado no último dia 9 de junho.

O caderno começa com uma foto imensa do Passeio Público, com seu melhor ar de outono, em nos de cinza e verde. Logo abaixo – que emoção! – na parte esquerda uma foto de uma suave canoa, um mar calmo e morros com neblina do outro lado: “Baia de antonina”, começa a legenda da foto. Que maravilha, bela foto, a da minha terra. Continuo a leitura: “no litoral sul do Estado”. Coisa de Paulista, que divide o litoral entre norte e sul, com quase 500 km de costa. O nosso, com só 90, pode ser dividido assim? O texto continua: “com Morretes, a região é famosa pelo barreado”. Estamos junto com Morretes. Até ai tudo bem.

Depois a matéria fala da infraestrutura urbana de Curitiba, a qual está em deterioração pela falta de investimento do poder público, como aponta a entrevista com o prof. Fabio Duarte, da PUC-PR. Governos preguiçosos e burocráticos, reeleitos por apatia e por falta de oposição competente, faltou dizer. O texto a seguir pula para assuntos manjados: fala das etnias do Paraná, cita alguns escritores paranaenses, principalmente Dalton Trevisan e sua fama “vampiresca”. Até que, finalmente, o texto volta ao litoral: “missão Barreado”.

Nesta parte, o texto começa com uma informação inverídica – quem teriam sido as fontes do jornalista? – e diz que o barreado foi criado pelos caboclos do litoral “para recuperar suas energias durante o carnaval”. Bobagem. O barreado foi criado pelos carroceiros que iam entregar mercadorias em Curitiba e deixavam a panela no fogo por três dias; na volta, depois de descarregar as mercadorias, a gororoba estava pronta. Ok, vamos ao resto do texto. Ali se falam dos restaurantes de Morretes; somente o Buganvil é citado entre os bagrinhos.

Quando fala da estrada da Graciosa, o texto dá a impressão que ela termina em Morretes. Que ironia da historia: foram os habitantes das margens do Nhundiaquara os principais opositores do caminho, quando foi reaberto no século XIX. Até da graciosa se apropriaram. Por que será, hein?

Enfim, a querida Deitada-a-beira-do-mar é uma excelente fotografia de primeira página, com sua formosa baia, que foi um presente do mar, como disse com propriedade o samba enredo do Batel. Mas, quando o assunto é serviços, perdemos de goleada.

Assim, a impressão que fica é que somos um mero ramal - marginal – de Morretes. Perdemos a guerra do turismo, como já perdemos a guerrra dos portos e a guerra dos caminhos para o planalto. Será que algum dia quisemos ganhar alguma coisa? Afinal, peixe e banana e uma cachaça – de Morretes? – dão pro gasto....

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Araras em Aripuanã

Essa foto foi um dos momentos mas interessantes de minha vida, quando trabalhava num projeto de mineração em Aripuanã, no norte de Mato Grosso. Estava voltando de uma visita aos locais de sondagem, quando vi um bando de araras numa arvore. Parei o carro e fui devagarinho pra tirar a foto: claro que elas voaram todas. No susto, tirei essa foto, que até que não ficou tão mal assim. fiquei feliz com o resultado.
Aripuanã era uma pequena cidade que tinha crescido com um garimpo de ouro por perto. Tinha uma bela cachoeira, alias duas, a cachoeira das andorinhas e a de Dardanelos, duas pérolas do rio Aripuanã. Na cidade de Aripuanã tinha muita arara. Algumas eram domesticadas, a maioria selvagem. De manhãzinha o grito que eu escutava era de arara, não de galo. Passavam o dia inteiro em bandos por cima de nosso escritorio na cidade, gritando feito umas doidas. É um berro doido mesmo, de quem está furioso, ou pelo menos parece. Alias, aí eu entendi a expressao: "Está uma arara". Depois de tirar a foto da arara em Aripuanã tomei o gosto de tirar fotos de passaros. Comprei uma maquina com um bom zoom, um tripé e sai por aí. Nada muito profi, mas prazeiroso.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

DE CASA NOVA!!

Depois de um tempo sem postar por conta do outro sistema de blog, que me tolheu o acesso, recomeçamos aqui uma nova etapa.Num blog igual, mas diferente. Estou ainda sem saber como mexer, sem links e coisas assim. Já-já eu aprendo. vamos lá,então....