sexta-feira, 31 de outubro de 2014

DE FOCAS E OUTROS BICHOS

As focas estão brabas!!

Antonina está na mídia por estes dias.  Não por suas belezas, por sua história ou por seu povo, sempre tão alegre e generoso.  As noticias do afastamento de João D´Homero e a guerra de liminares que se trava por estes dias na Deitada-a-beira-do-mar  são o grande assunto na cidade e sobre ela.
João pode até vencer a batalha de liminares, mas perdeu uma importante batalha na guerra de seu mandato. Se sua atuação fosse proba, se sua atuação fosse correta e eficiente, se a população visse nele alguém que luta por ela e não por seus interesses ou de seus amigos, certamente não estaria passando por este perrengue todo. Nenhuma das gestões anteriores que me lembre, embora algumas tenham sido abaixo de zero nestes quesitos, superaram o desgaste desta atual gestão.
João pode vencer a batalha das liminares, pode cabalar uns votos na câmara, pode achar algumas brechas na lei, mas nada esconde o fato de que sua gestão está sendo, no mínimo, insuficiente. O descaso com a Saúde parece ser a ponta de um grande iceberg que pode vir a tona com investigações livres e desimpedidas.
Por falar em iceberg, parece que um dos factoides da reunião da câmara na terça, quando se decidiu pela comissão processante, foi a fala de um vereador, chamando os cidadãos que ali estavam de “focas amestradas”. Além da infelicidade de investir contra cidadãos e eleitores, parece que o referido vereador é quem parecia amestrado, ao defender o indefensável. Sim, pois onde há fumaça há fogo. A coisa pública não pode ser usada como se privada fosse. Há que se investigar.
Depois de junho de 2013 nosso povo perdeu a paciência, para o bem ou para o mal. Estamos impacientes, estamos com pressa. Não se trata de se fazer o que sempre se fez, há que se fazer mais: saúde, educação, transporte publico, tudo isso é importante e urgente. Não se pode brincar com estas coisas. Mas aparentemente, o poder público municipal é que estava equilibrando bolas, batendo palminha e dando gritos roucos pelas ruas. E ainda querendo apanhar todos os peixes que lhe eram atirados.
A câmara está cumprindo seu papel. Parabéns ao presidente da câmara, vereador Márcio Balera, que, no meio deste nevoeiro, leva o barco devagar. Com calma, respeito às leis e transparência, tudo há de ser esclarecido. E esse é, precisamente, o papel dos vereadores, o motivo pelo qual de quatro em quatro anos sejam reconduzidos a seus cargos: fiscalizar o executivo.
O que não pode, o que não dá, é a situação que encontrei em fins de setembro na terrinha, com pessoas insatisfeitas, um poder público arrogante e descompromissado, serviços públicos insuficientes.  O povo elege, acredita, confia. Se não confia, protesta, pede pra sair. Se for o caso, tem que sair, é do jogo.
Antonina quer mar, arte e amor; mas com saúde, educação, transporte publico de qualidade.

Focas, leões marinhos e outros bichos querem respeito. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

IMPEACHMENT?

E não é que o assunto mais quente do momento não é Dilma nem Aécio, mas sim João Ubirajara Lopes, o João D`Homero?
Quando estive em nossa querida Deitada-a-beira-do-mar, há cerca de um mês,  fiquei muito assustado com as histórias que ouvi sobre a gestão de João D`Homero, aqui e ali. Ouvi casos escabrosos de problemas administrativos de sua gestão, contados desde por quem enfrentou sua candidatura nas urnas até os que foram de sua base de apoio desde o mais tenro início. Do que ouvi, tudo se resumiu a desânimo e desalento com o prefeito e sua gestão.
Parece que o prefeito eleito se encastelou no poder, qual um rei em seu trono, e que imaginou que os mais de cinco mil votos que recebeu fossem uma grande promissória, a descontar em quatro (ou oito!) anos. Um rei sem compromisso com quem o colocou ali, ou seja, com os cidadãos, sem compromisso sequer com os que o ajudaram na campanha. Com truculência e bravatas, tratava de calar no berro seus inimigos políticos. Terminou por se isolar até mesmo dos que o apoiaram e continuou teimosamente a fazer-se de surdo ao tal "clamor popular".
Lembrei-me de que, durante a campanha eleitoral de 2012 fiquei realmente assustado com seu plano de governo, cheio de promessa vagas e pouco consistentes (ver aqui). Comparei-o, na época, ao cavaleiro inexistente de Calvino, o que só existia dentro de sua armadura. Vejo que agora, sem um norte, o cavaleiro branco que ganhou os corações e mentes da cidade em cima de um trio elétrico não tinha mais consistência que uma alegoria de escola de samba (com todo o respeito às escolas de samba de minha terra e suas formosas alegorias, claro!).
E o que era clamor, virou protesto. Virou panelaço, virou passeata (aqui) e, por fim, virou um pedido de cassação, movido pela advogada Ruth Fernandes. A Câmara, em que pese os vereadores mais combativos, travava um combate um tanto quanto passivo, com reclamações pontuais. Com o pedido de cassação, os nobres edis foram obrigados a tomar uma atitude mais consistente. Vejo nas redes sociais grandes "rencas" de anônimos (infelizmente anônimos) reclamando dos vereadores: ué, eles são os vereadores que temos! Foram legitimamente eleitos. E, ouvindo o “ruído rouco das ruas”, pelo menos alguns deles tomaram uma atitude (ver aqui).
Não sei o que vai ser da tal da “comissão processante” da Câmara Municipal de Antonina, mas desejo-lhe sorte e coragem. Sorte pra navegar nestes mares bravios da investigação minuciosa da má gestão e da incúria para com a coisa publica. Há que se ter estomago. E coragem pra mudar o que tem que ser mudado. Não podemos conviver com governantes que, embriagados pelo poder, esquecem-se do motivo principal para o qual foram eleitos.

Doa a quem doer. Nossa querida Deitada-a-beira-do-mar não merece mais sofrer assim.