quarta-feira, 20 de julho de 2011

ANTONINA CRIA, O MUNDO COPIA

A genialidade antoninense dispensa apresentações. Aqui, entre a ilha do Teixeira e o pico Paraná, surgiu muita coisa essencial para a humanidade. Entretanto, a falta de jeito antoninense também dispensa apresentações. Assim como o barreado, que foi criado aqui e copiado em Morretes e em Paranaguá, muitas outras coisas criadas na baia de Guarapirocaba foram lamentavelmente copiadas alhures, por pessoas inescrupulosas, que ganharam dinheiro e glória com isso. E nós ficamos sem a fama. E sem a bufunfa. Mas isso pouco importa. Tendo farinha e um peixe, uma cerveja gelada, deixe a fama e a grana lá pra eles. Assim como o pirão, dinheiro e glória também passam.
Digo isso pra iniciar uma série de reportagens-verdade, mostrando aos bagrinhos algumas destas invenções que não nos deram fama e gloria, mas que deixaram o mundo melhor. A nossa parte pode vir em cerveja gelada e um pirão de bagre bem feito.
 
A RODA
Uma das mais antigas invenções antoninenses foi, sem sombra de dúvida, a roda. Sim, a roda, qual o espanto? A roda foi inventada em Antonina. Segundo Barreano, a roda foi inventada nos idos de 500 AdC (Antes de Carcanha). Sua inspiração original foi ver um bebum rolando no chão após uma caranguejada no sambaqui do Godo. No entanto, demorou mais outros 500 anos pra colocar em prática...dava muito trabalho.

Durante os experimentos que levaram a criação final da roda, Barreano verificou que o processo original, usando pessoas, era uma tonteira só. A Turma do Litro, observando os experimentos ali perto do trapiche, disse que era uma invenção sem futuro. Afinal, o goró dá menos trabalho pra tontear, com uma relação custo-beneficio mais rápida.

Mas Barreano não desistiu. Continuou pesquisando. Levou mais 500 anos para se perceber que troncos eram mais apropriados. E mais 500 anos pra se perceber que cortando os troncos dava mais resultado. Quando a coisa estava quase pronta, Barreano foi comemorar a sua genial invenção com uma caranguejada no Sambaqui da Ponta da Pita.

No entanto, homens de Neandertal, de passagem pelo Trapiche Municipal, que então estava estragado, prestaram muita atenção nos experimentos de Barreano. Quando ele saiu pra comemorar, eles pegaram um exemplar da roda e saíram de fininho.

Cerca de 500 anos depois, quando Barreano voltou da caranguejada, viu que sua invenção já havia sido roubada, aperfeiçoada e patenteada pelos homens de Neandertal. Tentou protestar, mas a Turma do Litro, ali do lado, deu risada de sua cara: “não falamos que isso não ia dar certo, Barreano? Tava na cara! Inventar a roda? Vê se pode... Coisa mais inútil... Dá uma bicada aqui, na mardita”.

E assim se passaram mais 500 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário